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‘Sangra’ o Açude Mendubim, um dos 10 maiores reservatórios de água do RN

Açude Mendubim atingiu seu volume máximo (Foto: Bruno Andrade/BaDroneRN)


O Açude Mendubim, um dos 10 maiores reservatórios do Rio Grande do Norte, está transbordando. A ‘sangria’ – nome que o sertanejo dá quando as águas sobrepassam as paredes de contenção – começou ainda na tarde desta quarta-feira (2), por volta das 15h. A barragem fica na cidade de Assu, na região Oeste do estado.
Segundo o Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), o Mendubim tem capacidade para 76,3 milhões de metros cúbicos. Apesar de não ter captação para abastecimento por sistemas de adutoras, é uma importante reserva técnica. Suas águas deságuam no Rio Açu, e também são fundamentais para as comunidades do entorno e suas produções.
100% cheios
Além do Mendubim, outros sete reservatórios do estado também estão com o nível máximo de armazenamento. São eles: Apanha Peixe e Santo Antônio (em Caraúbas), Encanto (Encanto), Brejo (Olho D’Água do Borges), Riacho da Cruz II (Riacho da Cruz), Beldroega (Paraú) e Pataxó (Ipanguaçu).
Abril chuvoso
O sertanejo tem mesmo o que celebrar. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), o mês de abril foi o mais chuvoso dos últimos 7 anos no estado. A média foi de 208 milímetros, 45,5% acima da média histórica para o mês, que é de 143 mm.
Seca histórica
Os últimos seis anos foram castigantes no interior do Rio Grande do Norte. Com chuvas abaixo da média, o estado enfrentou a seca mais severa de todos os tempos. As chuvas que caíram no início do ano ainda não foram suficientes para reabastecer os grandes reservatórios, e os efeitos ainda são preocupantes.
Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em situação de emergência por causa da escassez de água – o que representa 92% do estado. Além disso, 12 cidades ainda estão em colapso (Luís Gomes, Tenente Ananias, João Dias, São Miguel, Pilões, Rafael Fernandes, Paraná, Marcelino Vieira, Almino Afonso, José da Penha, Messias Targino e Patu) e outras 84 possuem sistemas de rodízio para garantir água encanada.
Ao longo destes anos, o governo estima que os prejuízos já passaram dos R$ 4 bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio. 

G1 RN