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Falta de estrutura nos portos direciona 60% da produção potiguar para o Ceará

José Aldenir / Agora RN


Uma semana após a Codern ter negado uma queda nas operações portuárias, apontada em reportagem pelo Agora RN, a recuperação dos portos de Natal e de Areia Branca foi o tema de uma reunião nesta terça-feira, 15, entre a governadora Fátima Bezerra, o vice-governador Antenor Roberto, secretários de Estado, o diretor-presidente da Companhia Docas do RN (Codern), almirante Elis Treidler Öberg, o presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Amaro Sales, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários, Silvano Barbosa.
Um possível descontingenciamento de R$ 7 bilhões, pelo Ministério da Infraestrutura, aumentou a esperança quanto à liberação de uma emenda de R$ 54 milhões da própria Fátima Bezerra, quando ainda era senadora, aprovada pelo Orçamento da União para 2019 e destinada à recuperação do Porto Ilha/Terminal Salineiro (Areia Branca).
“Tratamos aqui na reunião dos investimentos urgentes e necessários para melhorar a infraestrutura portuária do nosso estado, que é fundamental para que a gente possa ampliar os investimentos e gerar mais empregos e renda para o povo do Rio Grande do Norte”, justificou Fátima.
Por sugestão da governadora, a presidência da Codern irá remeter uma carta ao ministro Tarcísio Freitas (Infraestrutura), a qual ela endossará através de contato pessoal, solicitando a liberação dos recursos da emenda (ou parte deles), para que o Porto Ilha, um dos principais meios de escoamento da produção salineira, de frutas e de pescado do estado, seja recuperado. “
Além da liberação dos R$ 54 milhões para este ano, ficou acertado que a Codern irá sugerir uma emenda de no mínimo R$ 40 milhões para a reestruturação portuária do RN. Segundo o presidente da Companhia, Elis Treidler Öberg, o RN perdeu cerca de 15% das operações de fruticultura para o Ceará. “Atualmente 60% da nossa produção vai para lá. Precisamos urgentemente fazer melhorias para atrair de volta as operações”, disse o almirante.
O empresário Airton Torres, que representou os produtores de sal na reunião, admitiu que devido ao sucateamento do Porto Ilha, o Brasil passou a importar o produto, algo inédito. “Estamos perdendo de três a quatro navios por ano. Por causa das nossas deficiências operacionais, estamos em defasagem”, descreveu.
Por conta da diminuição das operações nos portos, o presidente do sindicato dos portuários falou da preocupação dos trabalhadores avulsos quanto à falta de oferta de trabalho e a preocupação dos funcionários da Codern sobre o desmonte do Porto Ilha. “Viemos reforçar o pedido de apoio porque a reestruturação portuária é algo extremamente necessário para o estado”, concluiu. 

Agora RN