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Ação criminosa destrói peças raras em Museu na cidade de Luís Gomes



O mais importante espaço da cultura material e imaterial de Luís Gomes, o Museu Escravo Jacó, coordenado pela ONG Grupo Mutirão, organização privada, foi vítima da ação de bandidos, provavelmente na madrugada do último sábado(05).



Fundado em 16 de novembro de 2006, o espaço tem um acervo importantíssimo, um dos mais ricos de toda a região próxima. Peças e documentos raros, alguns com mais de 230 anos, que contam a história do nosso município e de outros do Alto Oeste, de valor incalculável, ficaram sujeitos a destruição.



Um número considerável de peças e documentos foram retirados do lugar em que se encontravam originalmente e pilhados em salas diferentes. Uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, talhada em madeira foi quebrada e as partes espalhadas no interior do prédio.



Foram furtados uma espada da antiga guarda nacional, do final do século XIX, que pertenceu ao Alferes Luís da Rosa; uma garrucha muito antiga; uma peça denominada "disciplina" usada nas cerimônias religiosas dos Penitentes; uma réplica do crucifixo usado pelo missionário Frei Damião e um documento que tinha no seu conteúdo o Projeto de Lei, apresentado pelo luisgomense, Dep. Padre Belarmino de Almeida, a Assembléia Legislativa do Estado, criando o Distrito de Paz de Luís Gomes, no ano de 1854.



O Museu não recebe recursos públicos e é mantido pelas poucas contribuições de apoio cultural que entram na Rádio Comunitária Mandacaru, coordenada pela ONG Grupo Mutirão e pelo esforço da Diretoria Executiva da entidade. É, o espaço, ainda carente de diversos melhoramentos, inclusive de salas para abrigar todo o acervo existente, murada e grades em portas e janelas.



O prédio, que originalmente serviu de cadeia pública, foi por alguns anos objeto de uma ação judicial e mais recentemente foi oficialmente cedido pelo Município, após aprovação pela Câmara, para abrigar o Museu. Nele funciona ainda uma sala de cinema comunitário, no momento com atividades suspensas, e um centro de recuperação e digitalização de documentos antigos.



Um crime sem precedentes, que em parte revela o grau de ignorância e aumento da violência, consequência visível do uso de drogas, principalmente por jovens e adolescentes da nossa comunidade. Contudo, espero que haja, após este atentado, um esforço coletivo, do poder público e da sociedade civil, no sentido de cuidar mais da nossa história, que, lamentavelmente, pouca atenção tem recebido.



O absurdo aqui noticiado, que fez doer na alma dos que fizeram parte do esforço para construí-lo, merece ser amplamente divulgado e uma forma de fazer é reproduzí-lo nas redes e mídias sociais, através de compartilhamentos, publicação em blogs, jornais e outros veículos de comunicação.


Fonte: https://www.facebook.com/lucianopinheiropt?fref=ts/http://arfn10.blogspot.com.br/