O Rio Grande do Norte terá uma fábrica de grande porte para produção de placas fotovoltaicas e dos demais equipamentos que envolvem a geração de energia por essa fonte. A informação foi um dos destaques do pronunciamento do secretário estadual de Desenvolvimento Econômico e vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria, Flávio Azevedo, durante a abertura do “9ª Encontro de Investidores de Energia Solar”, nesta quarta-feira (08/02), em Natal.
A fábrica será instalada no RN por um grupo chinês que já tem unidades na Alemanha, na Índia e nos Estados Unidos. “Agora eles vão atender a América Latina e escolheram o Rio Grande do Norte [para sediar o empreendimento]”, destacou o secretário.
A unidade industrial vai gerar 320 empregos diretos, e tem um potencial multiplicador, uma vez que haverá contratação de fornecedores e da logística necessária à operação no Estado.
O protocolo com os termos que vai definir as condições — e as atribuições do Estado e do grupo empresarial — para a instalação da nova unidade industrial será assinado em Shanghai, na China, no próximo dia 22, em um encontro dos dirigentes da companhia com o governador Robinson Faria. O nome do grupo será divulgado em uma data próxima ou após a assinatura — por enquanto há compromisso de confiabilidade que impede a apresentação dos detalhes sobre os empreendedores.
“Uma fábrica vai se instalar aqui para produzir o ciclo completo de placas fotovoltaicas e outros equipamentos para a produção de energia solar, com inversores, transformadores e assim por diante”, disse Flávio Azevedo.
Durante o pronunciamento na abertura do evento, ele destacou também que isso é uma demonstração do potencial de crescimento do setor. “Os empresários estão engajados, muitas vezes falta algum apoio do setor público, principalmente dos envolvidos com as áreas de meio ambiente e trabalhista, a fiscalização que é punitiva e não orientativa”, afirmou. Ele disse que em várias situações fica mais difícil conseguir as licenças do que executar as obras necessárias à operação da unidade.
“Os empresários estão cumprindo seu papel e precisam do apoio”, destacou. Além disso, o setor está em expansão. A instalação da fábrica deve diminuir os custos para os interessados em contar com a energia solar para uso residencial ou empresarial.
“Quando chegou a primeira empresa para instalar um parque eólico, o preço da energia que viabilizava o empreendimento era da ordem de R$ 230 o megawatt-hora. Hoje, a sistema eólico compete com a hidrelétrica, próximo de R$ 140 o megawatts / hora. Isso [a redução] em um intervalo de onze anos”, comentou. Ele disse que algo semelhante pode ocorrer no setor de geração da energia fotovoltaica. A redução dos custos e dos preços — comentou o secretário — se dá com o aumento de escala na produção e com a melhoria de eficiência.
“E, neste aspecto do aumento de eficiência, temos no Estado um dos maiores centros de tecnologia em energia renovável, que é o CTGAS-ER à disposição das empresas”, destacou. O CTGÁS-ER, uma pareceria do SENAI com a Petrobras, está plenamente apto a dar o suporte institucional na formação, na qualificação profissional e no desenvolvimento e inovação tecnológica, disse Flávio Azevedo. Presidente do Conselho Superior do CTGAS-ER, ele citou o lançamento, pela instituição de ensino, de um curso de operação e manutenção de sistema fotovoltaicos.
Durante o evento, Flávio Azevedo também ressaltou que essa formação é importante para que o setor esteja apto a aproveitar o potencial de crescimento. “Para isso [o crescimento da procura] as pessoas precisam estar convencidas do desempenho, da garantia do pós-venda e da confiabilidade [das empresas e prestadores de serviço]”, lembrou.
O encontro também teve a participação do diretor da Viex, Rodrigo Sucesso; do presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), Rodrigo Sauaia; do diretor do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), Jean-Paul Prates; da diretora-regional, Roseanne Azevedo; e outros profissionais e empreendedores com atuação no setor.
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