Robinson Faria (PSD), governador do Rio Grande do Norte (Foto: Thyago Macedo/G1) |
O governador do Rio Grande do Norte, Robinson
Faria (PSD), é investigado em um inquérito autorizado pelo ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Edson Fachin a pedido do procurador-geral da República,
Rodrigo Janot.
Robinson Faria disse em nota
publicada nas redes sociais que não teve acesso ao teor da denúncia, mas que
vai prestar os esclarecimentos necessários à Justiça. (Leia abaixo a íntegra)
A PGR fez o pedido com base nas
delações dos ex-executivos da Odebrecht. Fachin autorizou inquéritos para
investigar 8 ministros, 24 senadores, 39 deputados e 3 governadores.
Robinson Mesquita de Faria é
investigado junto com a prefeita de Mossoró (RN), Rosalba Ciarlini Rosado (PP),
e o deputado federal Fábio Faria (PSD) devido às delações de Alexandre José
Lopes Barradas, Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis, Benedicto Barbosa da Silva
Júnior, Ariel Parente e João Antônio Pacífico Ferreira.
Segundo o Ministério Público, a
Odebrecht Ambiental desejava desenvolver PPP's (Parcerias Público-Privadas) de
saneamento básico no estado e, por isso, a Odebrecht doou R$ 350 mil ao
governador Robinson Faria e à prefeita Rosalba Ciarlini e R$ 100 mil ao
deputado Fábio Faria na campanha de 2010 "para eventual favorecimento em
projetos relacionados a saneamento básico".
Em 2010, Robinson foi candidato a
vice na chapa de Rosalba e ambos acabaram eleitos. Robinson foi eleito
governador em 2014 e Rosalba, prefeita de Mossoró em 2016.
Como a Odebrecht Ambiental não
pode fazer doação eleitoral oficial, por atuar como concessionária de serviço
público, o repasse das doações foi feito pelo Setor de Operações Estruturadas
da Odebrecht, mais conhecido como "setor de propinas" da empreiteira,
segundo o pedido de investigação.
Fábio Faria recebeu os apelidos
de "Garanhão" e "Bonitão", Rosalba Ciarlini, de “Carrosel”,
e Robinson Faria, de "Bonitinho", segundo o MP, e os candidatos se
reuniram com representantes da Odebrecht Ambiental.
Segundo a PGR, "as condutas
descritas amoldam-se, em tese, às figuras típicas contidas" nos artigos
317 e 333 do Código Penal (corrupção passiva e ativa) e no artigo 1° da Lei
9.613/98 (lavagem de dinheiro).
Rosalba Ciarlini (PP) afirma que
nunca recebeu doação de campanha da Odebrecht nem contratou qualquer obra ou
serviço com a empresa ou o grupo. A ex-governadora do RN e atual prefeita de
Mossoró afirma que isso prova a completa improcedência da referência a seu
nome.
Íntegra do posicionamento do
Robinson Faria:
“Bom dia, amigos! Primeiramente,
meu sentimento neste dia é de gratidão a Deus por mais um ano de vida que me
concede. Mas tenho também a necessidade de tranquiliza-los a respeito das
notícias que relacionam meu nome a uma lista de investigações. Ainda não tive
acesso ao teor da denúncia, mas quero deixar claro que minha postura é de
serenidade e consciência tranquila. Estou pronto para prestar os
esclarecimentos que venham a ser necessários à Justiça. Continuo seguindo com a
missão que recebi de Deus e do povo do meu Estado. Continuo dando tudo de mim,
com perseverança e compromisso com o o povo do Rio Grande do Norte.”
G1 RN