Cinco barragens do Rio Grande do
Norte estão em situação de vulnerabilidade, ou seja, apresentam danos em suas
estruturas e preocupam os órgãos fiscalizadores. A informação está no Relatório
de Segurança das Barragens (RSB) 2017 da Agência Nacional de Águas (ANA), que
foi divulgado nesta segunda-feira (19).
As barragens em risco são a
Passagem das Traíras, Calabouço e o Açude Gargalheiras (públicas); além das
barragens Barbosa de Baixo e Riacho do Meio (privadas).
A Agência Nacional de Águas
alertou que a barragem Passagem das Traíras, que fica em Jardim do Seridó,
apresenta desagregação do concreto e descontinuidade no maciço rochoso na
ombreira direita. O reservatório está operando com restrição limitando a cota
de operação em 185m, de acordo com a ANA. O valor estimado para o conserto é de
R$ 1.170.000
O Açude Gargalheiras ou Marechal
Dutra (nome oficial), em Acari, um dos mais populares do Rio Grande do Norte,
tem fissuras ao longo da sua galeria e do maciço. Para a recuperação, o
investimento necessário estimado pela Agência é de R$ 2.840.000.
Já a barragem Calabouço, esta na
cidade de Passa e Fica, apresenta trincas ao longo do coroamento e não tem
estrutura de descarga de fundo. O relatório apontou que a situação de
manutenção é precária, contudo não estumou os custos para reparar os danos.
Privadas
Barbosa de Baixo de Riacho do
Meio são duas barragens particulares que também foram inspecionadas pelo
Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn) e que têm danos na estrutura. A
primeira está com erosão entre o maciço e o muro lateral direito, e a segunda
com percolação na fundação. Para estas também não foi apresentada estimativa do
valor para a recuperação estrutural.
Números no Brasil
Desde o ano passado, a ANA passou
a incluir nos questionários que envia aos órgãos fiscalizadores quais são as
barragens que mais preocupam. O número de barragens apontadas como mais
vulneráveis no país subiu de 25 em 2016 para 45 em 2017. A maioria dos casos
apresenta problemas de baixo nível de conservação, mas há outros motivos como
insuficiência do vertedor e falta de documentos que comprovem a estabilidade da
barragem. Das 45 barragens, 25 pertencem a órgãos e entidades públicas.
De acordo com a ANA, o Brasil
possui um cadastro com 24.092 barragens para diferentes finalidades, como
acúmulo de água, de rejeitos de minérios ou industriais e para geração de
energia, que foram cadastradas até o ano passado por 31 órgãos fiscalizadores.
Boa parte - 9.827 ou 41% - é de barragens de irrigação. Em 2017 houve aumento
com relação às 22.920 barragens cadastradas em 2016. Estima-se, porém, que o
número de represamento artificiais espelhados pelo país seja pelo menos três
vezes maior, ainda segundo a Agência. O total de barramentos será conhecido
quando todos os órgãos e entidades fiscalizadoras cadastrarem todas as
barragens sob sua jurisdição, conforme estabelece, entre outras obrigações, a
Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB).
G1 RN