Açude Gangorra na zona rural de Rafael Fernandes, encontra praticamente seco - FOTO: Douglas Diógenes/Arquivo |
Ao longo de 2018, o Rio Grande do Norte registrou média de 766,3 milímetros de chuvas – o que é 7% abaixo do volume esperado para o período de um ano no estado – 847,4 milímetros. Ainda assim, a situação foi bem melhor que os últimos sete anos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14) pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn).
O estado enfrenta uma estiagem ao longo dos últimos sete anos, com chuvas abaixo da média. Atualmente, o 152 municípios potiguares vivem sob decreto de situação de emergência provocada pela seca, válido até março. Cinco cidades estão com sistema de abastecimento de água em colapso e 92 enfrentam algum tipo de rodízio na distribuição.
A chuva ajudou a reabastecer os reservatórios de água do estado, que tinham terminado 2017 com 11,24% da capacidade preenchidos e concluíram 2018 com 21,77%.
Para a Emparn, é possível confirmar que, depois de sete anos consecutivos de seca severa, a situação começou a mudar. Em 2017, por exemplo, foram registrados apenas 630,5 milímetros de chuva, o que representava uma diferença negativa de 27,4% em comparação com a média histórica anual.
Dezembro de 2018 foi o mais
chuvoso dos últimos anos e contribuiu para o aumento do volume anual. De acordo
com a Emparn, o último mês do ano normalmente é de pouca chuva no Rio Grande do
Norte, porém o volume foi bem acima da média devido à atuação do sistema
meteorológico conhecido como Vórtice Ciclônico de Ar Superior (VCANS). O
aumento foi de 96,8% na região Central e 69,4% no Oeste. O Litoral Leste o
volume ficou abaixo da média, com -22,8%. No total para o Estado, o volume de
chuva em dezembro ficou 47,1% acima da média.
Previsão para janeiro
Ainda de acordo com a Emparn,
2019 começou com a presença do fenômeno El Niño fraco no Oceano Pacífico, e com
tendência de apresentar uma diminuição na sua intensidade nos próximos meses.
Esse comportamento, de acordo com
os pesquisadores, é favorável à ocorrência de chuvas na região Nordeste do
Brasil para o período de fevereiro a maio. No caso do restante do mês de
janeiro e fevereiro, as previsões indicam que as chuvas deverão continuar com
grande variabilidade temporal e espacial, uma vez que o sistema meteorológico
que atua nessa época do ano, o Vórtice Ciclônico de Ar Superior (VCANS),
apresenta esse comportamento e é baixa previsibilidade.
G1 RN