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Mais da metade dos comércios de Natal registram queda de 70% a 100% no faturamento durante pandemia do coronavírus, diz CDL

Comércio no Alecrim no último sábado (21), em Natal - Foto: Pedro Vitorino/Cedida



Um total de 57,4% das empresas do comércio e serviços de Natal registraram queda de faturamento entre 70% e 100% desde o início da pandemia do novo coronavírus. Os dados são de um levantamento feito pela Câmara de Dirigentes Logistas (CDL) da capital potiguar com empresários dos setores.

“Consideramos que quando a queda passa dos 40% isso é praticamente irreversível para o negócio. Dificilmente vai reabrir”, considerou a vice-presidente da CDL, Maria Luísa Fontes.

De acordo com ela, os dados sobre o assunto serão enviados aos empresários e apresentados à sociedade para ampliar o debate sobre as medidas de isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus. A entidade defende a reabertura de parte dos negócios.

A entidade também levantou dados sobre os pedidos de seguro desemprego no estado. Foram 8.711 em abril, contra 6.720 no mesmo período do ano passado – um crescimento de 29,6%. Em março, mês em que as restrições começaram no estado, já durante a segunda quinzena, foram registrados 6.460 pedidos. De acordo com a entidade, os empregados do comércio e serviço representariam mais da metade do total.

“A tendência é de crescimento do desemprego neste mês e no próximo”, afirmou a representante da CDL. De acordo com a entidade, o desemprego ainda não está maior por causa de programas divulgados pelo governo federal, para financiar parte dos salários, além do aumento de prazo para pagamento de impostos.

Dados

A CDL também compilou dados do IBGE que apontam que o Rio Grande do Norte foi o estado que registrou maior queda do volume de serviços (-18,6%) no país, em março deste ano, além de registrar e redução de 6,4% no comércio varejista, no mesmo período.

Maria Luísa ressaltou que, de acordo com o Sebrae, quase 16 mil micro e pequenas empresas do estado são varejistas da área de vestuário – o setor é o primeiro colocado em número de negócios desse porte.

Junto com as empresas varejistas de calçados, essas empresas representam 17.086 empregos, R$ 21 milhões em salários e R$ 450,5 milhões em ICMS pago ao Estado. Cerca de 4.600 empregos já foram perdidos, de acordo com a entidade.

“Nosso objetivo é aprofundar o debate. Temos que ter os dados médico-científicos e também de desemprego, de criminalidade, econômicos, para termos todo o contexto. Esse é um setor social importante, responsável por muitos empregos. A gente alerta para esse impacto”, diz.

Decreto prorrogado

O governo do Rio Grande do Norte prorrogou, nesta quarta-feira (20), os efeitos do isolamento social no estado até 4 e junho. Há restrições para aglomerações de pessoas e funcionamento do comércio. Em novo decreto, o Estado também recomendou que os municípios fechem as orlas das praias nos fins de semana. 


G1 RN

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