Vacina contra a Covid-19 vai ser testada em 2 mil voluntários no Brasil |
Um grupo de 2 mil pessoas deve
receber no Brasil, ainda este mês, a dose de uma vacina experimental contra a
Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica
AstraZeneca. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) articula os
trabalhos para que metade dos voluntários sejam vacinados em São Paulo e metade
no Rio. Ainda não foi anunciada a instituição que ajudará com os testes no Rio.
A Unifesp coordenará o ensaio
clínico com o produto no país e diz que dentro de poucos dias deve abrir seu
sistema de recrutamento de voluntários. Nesta etapa, serão selecionados apenas
profissionais de saúde ou trabalhadores em atividades de alta exposição ao
vírus, como equipes de limpeza de hospitais e motoristas de ambulância.
O ensaio clínico em questão é um teste de fase 3 (que avalia a eficácia do produto) para uma vacina criada a partir de um vírus que causa resfriado em chimpanzés. O patógeno foi alterado em laboratório e tornado incapaz de se reproduzir em humanos. O que o transforma numa vacina é o fragmento de uma proteína do novo coronavírus que é incorporada a ele e atua como antígeno: faz o sistema imune se preparar para a chegada do vírus real.
Testado em macacos resos, o imunizante batizado de ChAdOx1 teve bom efeito e conseguiu proteger os animais de pneumonia viral, ainda que não tenha impedido a infecção em si. Depois disso, passou por um estudo de fase 1 no Reino Unido, etapa que avaliou a segurança do produto. A fase 2, que avalia a capacidade da vacina de criar uma resposta imune, ainda não acabou, mas já há sinal verde para início daf ase 3.
O pedido de teste clínico no Brasil foi aprovado na noite de terça-feira pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
"Esse é um processo que deve ser muito rápido, e a gente pretende começar o estudo ainda neste mês, só não tenho data precisa" diz Lily Yin Weckx, médica que coordena o Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie), unidade da Unifesp que coordenará os trabalhos.
Um dos motivos pelos quais o Brasil foi selecionado como local da pesquisa é o fato da pandemia ainda estar em crescimento acelerado no país, com mais de 500 mil casos e mais de 31 mil mortes.
Soraya Smaili, farmacóloga e reitora da Unifesp, diz que o Brasil integrar um teste clínico agora ajuda o país a ter acesso ao produto no futuro, num cenário de alta demanda.
Agora RN
0 Comentários
Sua opinião é importante! Este espaço tem como objetivo dar a você leitor, oportunidade para que você possa expressar sua opiniões de forma correta e clara sobre o fato abordado nesta página.
Salientamos, que as opiniões expostas neste espaço, não necessariamente condizem com a opinião do Portal Rafael Fernandes.