O presidente Jair Bolsonaro e o vice Hamilton Mourão |
Ministros da Corte ouvidos pelo
GLOBO em caráter reservado acreditam que, por falta de provas, os casos serão
arquivados. Eles acreditam que o julgamento será concluído no mesmo dia.
Entretanto, aguardam a análise do
TSE outras seis ações que também pedem a cassação da chapa vencedora. Não há
previsão de quando elas serão julgadas. O presidente do TSE, ministro Luís
Roberto Barroso, garante que incluirá os casos em pauta assim que o relator,
ministro Og Fernandes, liberar os processos.
Segundo as ações que serão
analisadas nesta terça-feira, hackers atacaram um grupo de Facebook com o
objetivo de beneficiar a chapa de Bolsonaro e Mourão. O julgamento das ações
começou em novembro do ano passado, quando Og Fernandes votou pelo arquivamento
das ações. O ministro Edson Fachin pediu vista para examinar melhor os
processos. Agora, o julgamento será retomado.
As ações foram apresentadas por
Guilherme Boulos e Marina Silva, que também concorreram à presidência da
República em 2018. Segundo as ações, o grupo virtual “Mulheres Unidas contra
Bolsonaro”, com 2,7 milhões de participantes, foi alvo de ataques que alteraram
o visual e conteúdo da página. Originalmente, o grupo criticava Bolsonaro.
Depois da atuação dos hackers, o grupo passou a se chamar “Mulheres com
Bolsonaro #17”, com a publicação de mensagens de apoio ao candidato.
Ainda de acordo com os processos,
Bolsonaro publicou em seu perfil oficial no Twitter a mensagem “Obrigado pela
consideração, mulheres de todo o Brasil”, com foto da página do grupo
modificada. Segundo os autores das ações, isso seria indício da provável
participação de Bolsonaro no episódio ou, ao menos, de que ele sabia da
alteração.
No voto, o relator reconheceu que
o grupo foi alvo de ataques cibernéticos. Mas ponderou que não há prova de que
Bolsonaro participou ou sabia do caso. O ministro também apontou que a invasão
do perfil no Facebook por menos de 24 horas não teve gravidade capaz de modificar
o resultado da eleição. Ministros ouvidos pelo GLOBO indicaram que a maioria
deve concordar com a posição do relator.
Além desses, existem mais seis
processos no TSE pedindo a cassação do mandato da chapa vitoriosa na eleição
presidencial de 2018. Quatro delas apuram irregularidades na contratação do
serviço de disparos em massa de mensagens pelo aplicativo WhatsApp durante a
campanha eleitoral. No dia 29 de maio, Og Fernandes, que também é relator dos
casos, deu prazo de três dias para os envolvidos se manifestarem.
Há também uma ação sobre a
instalação de outdoors em apoio de Bolsonaro em pelo menos 33 municípios de 13
estados. E, por fim, há um processo que apura uso indevido de meios de
comunicação. O TSE já absolveu Bolsonaro neste caso, mas há recurso pendente de
julgamento.
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