A ocupação dos leitos de UTI
(Unidade de Terapia Intensiva) para tratamento da Covid-19 voltou a subir nas
últimas semanas e já supera o patamar de 80% em pelo menos 13 capitais.
Natal, capital do Rio Grande do
Norte, registra uma ocupação de 100% dos leitos da rede estadual há pelo menos
um mês. Rio Branco, no Acre, vive situação semelhante, com 95% dos leitos
ocupados.
Salvador, Fortaleza, Belo
Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, São Luís, Maceió, Boa Vista,
Teresina, além da região metropolitana de Vitória registram índices de ocupação
de UTI acima de 80%.
A maioria destas capitais viram o
número de casos da Covid-19 crescer nas últimas semanas após o início da
reabertura gradual de atividades econômicas. Diante dese avanço, parte das
cidades começou a recuar nas medidas de flexibilização, caso de Belo Horizonte.
Depois de iniciar a abertura em
25 de maio, a capital mineira voltou ao estágio onde apenas serviços essenciais
são autorizados a abrir as portas. Com 5.195 casos e 121 mortes registrados, a
capital tem ocupação de 86% nos leitos públicos reservados para Covid-19.
O estado Minas Gerais, que chegou
perto de 92% de ocupação na semana passada, registrou taxa de 88% nesta semana
-- o estado não divulga número separado de leitos para Covid-19.
O governo afirma ter dificuldade
em expandir a rede de atendimento por causa da falta de profissionais
especializados.
No Paraná, estado que até então
não tinha decretado medidas mais restritivas, a taxa de ocupação de UTIs passou
de 59% para 63%, mesmo com a abertura de 36 novos leitos em uma semana.
As regiões oeste e leste do
estado, onde fica a Curitiba, possuem os quadros mais críticos. Na capital, 83%
dos leitos para pacientes com a Covid-19 estão cheios. Em quatro hospitais de
Curitiba com alas exclusivas para tratamento da doença, já não há vagas.
O governador Ratinho Jr. (PSD)
anunciou nesta terça-feira (30) uma “quarentena restritiva”. Por 14 dias, em
pouco mais de 30% dos municípios do estado, incluindo na capital, o comércio e
serviços estarão restritos às atividades essenciais.
Também enfrentando um crescente
de casos de Covid-19, Porto Alegre está com 81% das UTIs ocupadas, mas há casos
de hospitais com ocupação de 95%, como o Hospital Nossa Senhora da Conceição. O
prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), restringiu atividades,
vetando funcionamento de construção civil, indústria e comércio não-essencial.
Florianópolis também chegou a 81%
dos leitos de UTI ocupados. A prefeitura da capital catarinense também
restringiu circulação e até aumentou o valor do aumento de multa por falta de
uso de máscara.
Dentre as capitais do Nordeste, a
situação permanece bastante grave em Natal. Na tarde desta terça-feira, não
havia leitos de UTI disponíveis na rede pública estadual para pacientes com
suspeita de Covid-19.
O esgotamento das 54 vagas de UTI
distribuídas por três hospitais estaduais da capital potiguar fez com que
pacientes passassem a acionar a Justiça para conseguir um leito para
tratamento.
Ao mesmo tempo em que enfrenta
seu período mais conturbado, o Rio Grande do Norte iniciou nesta quarta-feira
(1º) a flexibilização das medidas de restrição. Foi autorizada a abertura de
lojas com menos de 300 metros quadrados e de salões de beleza.
“Se houver aumento da
contaminação e da ocupação de leitos não hesitaremos em voltar a restringir as atividades
para proteger a vida das pessoas”, afirmou a governadora Fátima Bezerra (PT).
Alagoas vive situação semelhante,
com o início da flexibilização coincidindo com o período de maior ocupação de
leitos para pacientes graves da Covid-19. Apesar da abertura de 33 leitos de
UTI, a taxa de ocupação subiu de 73% para 79%. Em Maceió, o aumento foi ainda
maior: de 74% para 86%.
A Bahia mantém suas medidas
restritivas, mas também segue com a ocupação de leitos de UTI crescente,
atingindo 77%. Em Salvador, essa taxa chegou a 82%.
Na região Norte, Acre e Roraima
enfrentam os piores cenários. Com 95% dos leitos ocupados na capital Rio
Branco, o Acre enfrenta novo esgotamento da capacidade do sistema de saúde de
absorver novos pacientes.
Em Roraima, a ocupação dos 30
leitos reservados para adultos na única unidade de referência para Covid-19, o
Hospital Geral Rubens de Souza Bento, atingiu capacidade total no começo da
semana. Considerando vagas em maternidade, a taxa fica em 81%.
Dentre os estados do
Centro-Oeste, Mato Grosso segue em cenário crítico. A ocupação de leitos de UTI
sob gestão estadual alcançou 90% nesta segunda-feira (29), confirmando o avanço
da Covid-19 registrado nas últimas semanas. No dia 22, o índice era de 87%.
Já no Distrito Federal, a taxa de
ocupação de leitos de UTI caiu de 67% para 63%. A despeito da queda, houve uma
evolução recente no ritmo de detecção de novos casos da doença, o que fez o
governo decretar estado de calamidade pública.
Estados que estiveram em estado
mais crítico têm menos pressão sob o sistema de saúde. O Amazonas, que chegou a
ter 100% dos leitos ocupados no início da pandemia, agora tem apenas 41% das
UTIs públicas com pacientes internados.
Em Pernambuco, que também
enfrentou situação de colapso, a taxa de ocupação era de 77% nesta
segunda-feira (29). É o número mais baixo desde o início de abril.
O Rio de Janeiro, viu a taxa de
ocupação cair a 34% nesta segunda, considerando todos os 659 leitos intensivos
destinados ao tratamento de Covid-19 na rede estadual. A capital, apesar da
queda, ainda tem uma situação menos favorável, com 73% de ocupação nas UTIs
públicas.
Em São Paulo, a queda é menor,
mas gradual. O governo registrou uma taxa de 64,6% no estado e de 66% na Grande
São Paulo nesta terça-feira. Na semana anterior, os números estavam em 65,7% e
68%, respectivamente.
AGORA RN
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