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Produção de petróleo no RN tem queda de 13,48% em maio, diz ANP

Petrobras já vendeu 12 campos de produção petrolífera no RN desde maio do ano passado




A produção de petróleo no Rio Grande do Norte caiu 13,48% nos primeiros cinco meses de 2020, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), ao se comparar com o mesmo período de 2019. A produção até maio foi de 172 mil barris diários (Bbl/dia), contra os 199,6 mil Bbl/dia até o mesmo mês do ano passado.

A redução está relacionada com a pandemia do coronavírus e com o processo de desinvestimento da Petrobras nos campos petrolíferos potiguares. Até maio deste ano, 74 das 82 unidades de produção estavam em funcionamento no Rio Grande do Norte. Com a crise sanitária da Covid-19, a Petrobras decidiu suspender a produção em oito campos. A medida foi tomada para proteger os funcionários da empresa. Em todo o Brasil, 34 campos estão parados atualmente.

Apesar da queda em relação ao ano passado, maio apresentou uma leve alta na produção em barris de petróleo. Após quedas entre março e abril, o quinto mês do ano fechou com 33.952 barris diários, o que é 2,9% maior que no mês anterior, de 32.992 barris.

Além disso, a Petrobras segue com o trabalho de desinvestimento nos campos potiguares. Nas últimas duas semanas, a companhia vendeu dois campos terrestres (Ponta do Mel e Redonda) e três em águas rasas (Pescada, Arabaiana e Dentão). As vendas geraram US$ 8,7 milhões para a Petrobras.

Antes, em maio, a Petrobras finalizou a venda de sete campos de produção terrestre para a SPE 3R Petroleum S.A. A ação foi concluída com o pagamento de R$ 676,8 milhões.

Desde que iniciou o processo de desinvestimento na produção petrolífera potiguar, a partir de 2011, há uma contínua redução na retirada de petróleo dos campos localizados no Rio Grande do Norte. Ao longo dos últimos dez anos, a capacidade foi reduzida em 70%. Há nove anos, no auge produtivo, os campos registraram 120 mil barris de petróleo por dia. Isso implicava em investimentos de até R$ 1,9 bilhões.

No entanto, segundo a própria Petrobras, a tendência é de que os desinvestimentos no Rio Grande do Norte tenham continuidade. A estratégia da empresa é de financiar investimentos em áreas de maior retorno. Com isso, para a empresa, a venda de campos terrestres e de águas rasas abre oportunidade para outras empresas investirem no potencial e extraírem mais valor dos ativos vendidos.

“Assim, abrimos caminho para um novo ciclo de investimentos no Brasil, mais competitivo e desafiador para as empresas do setor. Esses desinvestimentos não implicam em descontinuidade da atividade. Pelo contrário: novos investidores darão foco nos ativos, o que gerará novas oportunidades”, detalhou a empresa, em nota oficial.

O planejamento é de que os desinvestimentos em águas rasas e campos terrestres possibilitem concentração dos recursos em ativos de maior competitividade, sobretudo em águas profundas e ultraprofundas, principalmente no pré-sal.

“Isso contribui para o equilíbrio financeiro e o melhor desempenho da companhia. Também é preciso lembrar que ainda possuímos uma dívida alta. A redução é um passo importante para recuperar a capacidade de investir”, detalhou a empresa.

Em maio, a Petrobras apresentou prejuízo líquido de R$ 48,523 bilhões no primeiro trimestre de 2020. “O desinvestimento é necessário para reduzir nosso endividamento e, consequentemente, aumentar nossa capacidade de investimento. No conceito de gestão ativa de portfólio, os ativos da Petrobras estão sendo constantemente avaliados, a partir de um monitoramento de variáveis externas como: preço, câmbio, ambiente regulatório e de um monitoramento interno de premissas financeiras e operacionais”, finaliza a Petrobras.


AGORA RN



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