Um médico foi preso em Mossoró,
região Oeste do Rio Grande do Norte, na manhã desta quarta-feira (2), por
suspeita de participação em um esquema de venda de vagas em cursos de medicina.
A prisão faz parte da segunda fase da Operação Asclépio, deflagrada pela
Polícia Civil de Assis (SP), em 5 Estados. Um homem também foi preso na capital
potiguar.
O médico preso em Mossoró tem 27
anos e atua como clínico geral. Ele foi preso enquanto atendia pacientes no
Hospital da Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer (LMECC). De acordo
com a Polícia Civil, o médico é suspeito de estelionato, associação criminosa e
falsificação de documentos públicos.
“A gente identificou que ele
esteve na cidade de Assis, participou do certame, fez a prova no local de um
candidato e, através de confrontos de inteligência policial e principalmente de
confrontos de impressões datiloscópicas (digitais) no momento da prova, além de
comprovação de fotografia nos dados cadastrais do médico aqui de Mossoró com os
do candidato de Assis, a gente comprovou que se tratava dessa fraude”,
confirmou o delegado João Paulo Tardim, da delegacia seccional de Assis, que
esteve em Mossoró para realizar a prisão.
O médico foi encaminhado a Cadeia
Pública de Mossoró, onde aguardará o término da prisão temporária que é de 5
dias, podendo ser prorrogada por mais 5.
A outra prisão no Rio Grande do
Norte aconteceu em Natal. O homem é apontado pela Polícia Civil como um dos
responsáveis por arquitetar o esquema de disponibilização de terceiros para
prestar a prova no lugar dos candidatos reais.
“Através de documentos públicos
falsos, eles (pilotos) faziam a inscrição. Se passando por um candidato com o
documento falso, ele prestava a prova. Essas pessoas tinham um certo
conhecimento, uma facilidade na aprovação, alguns deles já atuavam na medicina
ou então estavam terminando o curso de medicina. Eles garantiam a aprovação e
recebiam o pagamento. Tudo isso era gerenciado pelo chefe desse esquema que
residia em Natal”, explica o delegado.
Ao todo, a Polícia Civil cumpre
22 mandados de busca e 12 de prisão temporária em São Paulo, Ceará, Paraíba,
Minas Gerais e Rio Grande do Norte.
Investigações
De acordo com as investigações da
Polícia Civil, candidatos interessados em obter as vagas em cursos de medicina
ofereciam ao grupo criminoso um valor entre R$ 80 e R$ 120 mil, dependendo da
concorrência para o curso e da Instituição. Dentro do esquema, os organizadores
convidavam estudantes de medicina ou médicos recém-formados para prestarem
vestibular se passando pelos verdadeiros candidatos. Essas pessoas eram
chamadas de “pilotos” no esquema e chegavam a receber de R$ 20 e 25 mil pra
fazer as provas.
As investigações foram iniciadas
no final de 2017 pela Delegacia Seccional de Assis, na região de Presidente
Prudente, interior de São Paulo. A denúncia partiu de uma Faculdade privada de
medicina da cidade, onde organizadores do processo identificaram indícios de
fraude e passaram os dados para a Polícia Civil.
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