Foi publicada no Diário Oficial da Federação dos Municípios do Rio
Grande do Norte (FEMURN), na edição desta terça-feira 27, a renúncia do atual
prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira, em favor de sua vice-prefeita Damária
Jácome de Oliveira.
Na mesma publicação oficial, o presidente da Câmara Municipal já faz a
convocação definitiva da vice para assumir a titularidade do Poder Executivo da
Cidade.
Durante a eleição, a agora prefeita, Damaria Jácome de Oliveira e seu
pai, o presidente da Câmara Municipal, Laete Jácome de Oliveira, tiveram
deferidos contra si mandados de prisão após representação do Ministério Público
Estadual e da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR).
Na casa de Laete foram apreendidos a quantia de R$ 15.535, dois rifles
calibre 38 com 103 munições do mesmo calibre, duas espingardas calibre 12 com
100 munições do mesmo calibre e três pistolas calibre 380 com 80 munições. Além
do vereador Laete, outras cinco pessoas foram presas. Entre elas Carlos André
Freire da Silva, que é casado com uma terceira filha de Laete.
Ele era procurado há 7 anos pela Interpol, a Polícia Internacional.
Acusação? Tráfico internacional de drogas. Carlos André Freire da Silva tem 45
anos e é paraibano de Sousa. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF),
ele foi condenado em 2018 à pena de 12 anos e 10 meses de prisão, mais 1.635
dias-multa por associação criminosa e tráfico internacional de drogas e lavagem
de dinheiro.
O recurso já foi julgado e tramitado pelo Superior Tribunal de Justiça
(STJ), em Brasília. A real identidade de Carlos André só veio à tona após a
constatação, junto à Coordenadoria de Identificação do Itep, de que o nome que
ele apresentou à polícia ao ser preso era falso. O vereador Laete Jácome, pai
de oito filhos, agora tem três deles deles procurados pela INTERPOL: Francisco
Deusamor Jácome de Oliveira, de 37 anos; José Romeu Jácome de Oliveira, 34;
Leidjan Jácome de Oliveira, 36.
O outro filho, Samuel Jácome de Oliveira, que também encontrava-se
foragido foi recapturado preso mês passado em Aracaju, e foi transferido para
Natal, segundo confirmou a Polícia Civil do Rio Grande do Norte.
Samuel Jácome de Oliveira foi detido na praia de Aruana, na Zona de
Expansão de Aracaju, na última sexta-feira 25) Ele estava na lista de
procurados da Interpol – Organização Internacional de Polícia Criminal – e
vivia escondido em Sergipe com documentos falsos, segundo a Polícia Civil. No
momento da prisão, ele estava alcoolizado e apresentou resistência à ação.
De acordo com a polícia, Samuel e outros sete familiares são braços de
um grande traficante de drogas e atuam internacionalmente no crime. Após a
expedição de mandado de prisão por tráfico de entorpecentes e associação para o
tráfico, a polícia potiguar solicitou apoio à polícia em Sergipe, onde ele
estava. Segundo a investigação, o traficante se apresentava com nomes
diferentes e vivia em ostentação com festas em casarões na zona sul de Aracaju,
região onde foi identificado, localizado e preso.
A Polícia Civil afirmou que ele já é condenado por tráfico e também é
alvo de pelo menos outras duas investigações. Em 2013, Samuel e mais 11
detentos fugiram do Centro de Detenção Provisória (CDP) da cidade de Patu, na
região oeste do Rio Grande do Norte, usando uma hélice de ventilador. Meses
depois, a polícia paulista o prendeu transportando da capital paulista para o
Oeste do Rio Grande do Norte 450 quilos de Maconha.
Ele cumpria pena no CDP de Patu (RN) por tráfico de drogas em São Paulo.
Segundo o MPF, a droga entrava no Brasil pelo município de Foz de Iguaçu (PR),
chegando ao estado de São Paulo, onde era remetida para o RN. Ainda de acordo
com a denúncia, o bando detinha ramificações em cada uma das localidades, o que
levou a formação de subgrupos.
A droga chegava ao território potiguar, na grande maioria das vezes, por
via terrestre. No decorrer das investigações vários membros da quadrilha
chegaram a ser presos em flagrante, graças ao monitoramento telefônico, autorizado
por medida judicial.
As escutas telefônicas revelaram não só a existência de outros
envolvidos, mas também trouxeram subsídios para o conhecimento da logística de
atuação e descoberta de remessas de drogas. Os procuradores da República
integrantes do Núcleo de Combate à Corrupção que assinam a denúncia apontam
como principais provas da materialidade e autoria dos crimes, a gravação dos
diálogos mantidos entre os denunciados e dos laudos que comprovam as
substâncias entorpecentes, além dos extratos bancários dos acusados e de alguns
“laranjas”.
A pena para o tráfico de drogas varia de cinco a 15 anos de reclusão. Já
a associação para o tráfico, tem punição que vai de 3 a 10 anos. As penas podem
ser aumentadas de um sexto a dois terços em razão da transnacionalidade do
delito. Casa metralhada No dia 8 de agosto, policiais militares prenderam um
homem e uma mulher suspeitos de envolvimento em um atentado contra a residência
do vereador Laete Jácome, em João Dias.
O imóvel havia sido metralhado dias antes por um grupo de pelo menos 20 pessoas. O vereador e sua família não estavam em casa. Testemunhas disseram que dois carros pararam em frente à residência e homens fortemente armados começaram a atirar. Segundo a PM, foram tantos tiros que não foi possível contar a munição deflagrada. Foram encontradas no local munição deflagrada de pistola e fuzil. A Polícia Civil ainda investiga a relação das pessoas presas pelo ataque com o envolvimento do vereador e seus familiares com o tráfico de drogas.
Agora RN
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