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No RN, pacientes e funcionários denunciam que hospital não permite que gestantes tenham acompanhantes durante cesárea


 


Pacientes e funcionários do Hospital Santa Catarina, em Natal,denunciam que grávidas que precisam realizar o parto por meio de cesariana na unidade não têm o direito de entrar com acompanhantes no centro cirúrgico 'há anos'.

Segundo relato de funcionários da unidade de saúde, quando o parto é normal, sem necessidade de cesárea, a entrada do acompanhante tem sido permitida.

Os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à gestante o direito a acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto, segundo a lei federal nº 11.108/2005.

Os funcionários do hospital contaram que a justificativa dada às gestantes que questionam a razão do impedimento é que não há roupa cirúrgica para o acompanhante entrar na sala.

"Se a paciente precisar fazer uma cesárea, eles alegam que não pode entrar acompanhante por falta de roupa [específica]. Eles usam dessa ferramenta para que o acompanhante não possa entrar. Isso é errado, contra a lei, mas o hospital faz. Quando chega alguém esclarecido e aponta a lei, eles deixam entrar, de repente aparece roupa. Mas acontece há muitos anos", relatou um funcionário, que preferiu não se identificar.

Entenda os direitos da gestante durante o parto

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que "a orientação geral, a todos os estabelecimentos públicos e privados de saúde do Rio Grande do Norte, é de que as pacientes devem contar com acompanhante, seguindo a lei nº 11.108/2005" e que o "setor técnico da Secretaria avalia a emissão de uma nota técnica reforçando a orientação aos serviços de saúde, a ser emitida em breve".

Gestantes relatam falta de acompanhante

A empresária Helaine Pontes teve a filha no Hospital Santa Catarina em 2013. Ela não teve o direito de ter um acompanhante na sala de cirurgia durante a cesárea. "Em nenhum momento meu marido pode entrar comigo e nem ninguém", conta.

"Isso me deixa muito triste porque eu queria meu marido estivesse junto comigo, me acolhendo, cuidando de mim", complementa a empresária.

Walquiria Braz de Lima, de 46 anos, teve dois filhos no Hospital Santa Catarina e em nenhum dos partos teve direito a acompanhante. Ela conta que teve o primeiro filho há seis anos, em 2016, e sequer sabia que tinha esse direito.

"Eu não tive direito a acompanhante. Eles nem informam que a gente tem esse direito. Simplesmente dizem que não pode ficar ninguém com a pessoa", explicou.


G1 RN


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