O projeto de lei que prevê o
aumento da alíquota básica do Imposto Sobre Comércio e Serviços (ICMS) de 18%
para 20% em 2023, enviado pelo governo para a Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Norte na noite de segunda-feira (12), teve votação de urgência
recusada pelos colegiado de líderes da Casa e terá que passar pelas comissões
antes de chegar ao plenário.
Para ser apreciado em regime de urgência, como solicitado pelo governo, seria necessário o apoio unânime dos líderes de bancadas, em reunião que aconteceu antes da sessão plenária realizada na manhã desta terça-feira (13). No entanto, houve dois votos contrários. Com isso, os parlamentares da base do governo não sabem se conseguirão aprovar o texto ainda em dezembro.
O governo quer a aprovação do projeto do lei até o final do ano para que o reajuste passe a valer em abril de 2023. De acordo com o Executivo, o objetivo seria reduzir o impacto de mais de R$ 800 milhões nas finanças estaduais após a sanção de leis federais, em julho deste ano, que reduziram o percentual de arrecadação do imposto estadual na venda de combustíveis, energia e telecomunicações.
No entanto, o projeto de lei
sofreu críticas de entidades que representam empresários do estado e também de
deputados estaduais, especialmente os da oposição.
Outra matéria do governo do estado, também enviada na segunda-feira (12), e que teve a tramitação padrão mantida, foi o projeto de lei que cria um programa de parcerias público-privado no estado.
Para o deputado José Dias (PSDB), que faz parte da oposição, a Assembleia agiu bem em recusar a tramitação de urgência das duas matérias.
"Essa do programa de PPP, em
certo sentido, conta com nosso apoio, se for realmente elaborada de acordo com
aquilo que é necessário para o desenvolvimento no Rio Grande do Norte. Mas essa
matéria pode ser examinada durante o próximo ano. A matéria em relação ao
tributo, eu nunca imaginei que uma apunhalada fosse tão cruel como a
governadora quer aplicar no povo do Rio Grande do Norte. Não é possível que
logo após uma eleição, em que se dizia que as coisas iam melhorar, se faça um
aumento geral de impostos, de forma cruel, para todos do Rio Grande do Norte.
Tivemos essa primeira reação (recusa da tramitação em urgência), que considero
um ato louvável", afirmou o parlamentar.
Outro deputado que criticou o projeto durante discurso na sessão ordinária foi o Coronel Azevedo (PL). "O melhor está por vir, é o seu (da governadora) lema de campanha. Pois está ai o ICMS, um absurdo. Não vou votar nesse projeto ridículo, vexatório", declarou, após também criticar a governadora pela demora em responder requerimentos da Comissão de Finanças da Assembleia.
Líder do governo na Assembleia Legislativa, o deputado Francisco do PT (PT) defendeu a aprovação das matérias, mas reconheceu que, sem a dispensa da tramitação, não sabe se os projetos de lei poderão ser votados ainda em 2022.
G1 RN
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