Um paciente de 30 anos, que é
obeso e pesa cerca de 300 kg, passou duas horas e 40 minutos em uma maca
improvisada dentro de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu) à espera de atendimento médico da Unidade de Pronto-Atendimento
de Pajuçara, na Zona Norte de Natal. O caso aconteceu entre a tarde e noite da
quarta-feira (11).
A avó de Welleberto Weverton Teixeira, 30 anos, contou que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no início da tarde, mas a ambulância também precisou aguardar a chegada de uma equipe do Corpo de Bombeiros para realizar uma força-tarefa para transporte do paciente.
Uma maca foi improvisada na
ambulância do Samu, com o próprio colchão do paciente colocado no assoalho do
veículo. Após chegar à unidade de saúde e esperar quase três horas, o homem só
foi internado depois da equipe também improvisar uma maca com o colchão dele.
Segundo a aposentada Djanira Estevam, avó do paciente, Welleberto tem sintomas como dificuldade de respirar, febre alta e dores nas pernas desde o início da semana.
"Ele estava muito cansado,
com febre, que nem consegue mais ficar em pé", disse a avó.
Essa não é a primeira vez que o
paciente precisou de apoio do Samu e do Corpo de Bombeiros para conseguir chegar
até a unidade de saúde. Segundo a família, ele espera desde 2015 por uma
cirurgia bariátrica no Sistema Único de Saúde. No entanto, segundo a Secretaria
Estadual de Saúde, o município não encaminhou o paciente.
"Desde 2015 ele está na fila
para fazer essa cirurgia. Ano passado, no mês de março, o médico dele disse que
era caso de cirurgia urgente. Mas teve falta de material, depois falta de
leito. Em abril ele teve princípio de infarto. Estou vendo ele morrer dentro de
casa. Vão deixar morrer para operar ele?", questionou Djanira.
A prefeitura de Natal foi procurada pela Inter TV Cabugi, mas não respondeu questionamentos sobre o caso até a última atualização desta matéria.
No dia 5 de janeiro, um jovem de 25 anos morreu na porta de um hospital de São Paulo, à espera de um leito próprio para pessoas obesas, após ter atendimento recusado em seis unidades. O Ministério Público de São Paulo abriu um inquérito para apurar o caso.
G1 RN
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