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Protesto de prefeitos em frente a Governadoria - Foto: José Aldenir/Agora RN |
Em uma iniciativa inédita no Rio
Grande do Norte, pelo menos 141 prefeituras vão fechar as portas nesta
quarta-feira 30 em protesto contra a diminuição de recursos do Fundo de
Participação dos Municípios (FPM), que constituem a principal fonte financeira
para mais de 90% das cidades. Apenas os serviços de urgência e emergência em saúde
serão mantidos durante todo o dia.
O número de municípios que
aderiram à mobilização representa 84% das 167 prefeituras do Estado. A campanha
intitulada “Mobiliza Já: Sem FPM, não dá!” é um pedido de socorro diante da
crise financeira que assola os municípios.
De acordo com a Confederação Nacional de Municípios (CNM), pelo menos 65% das cidades potiguares tiveram déficit entre receitas e despesas no primeiro semestre do ano.
Além disso, os repasses para as
prefeituras em julho passado, provenientes principalmente do FPM, diminuíram
34% em relação ao mesmo período de 2022. Já em agosto, o repasse inicial teve
uma queda adicional de mais de 23% em comparação com o ano anterior.
A situação se agrava quando as prefeituras colocam no papel a alta dos preços de insumos da saúde básica e de média complexidade, pisos salariais, merenda escolar, combustíveis, entre outros itens considerados fundamentais para o funcionamento dos municípios.
“É preciso que todos os deputados federais e senadores fiquem irmanados com os municípios para esta causa, especialmente o aumento do 1,5%, porque, convenhamos, o governo federal não vai querer perder valores, apesar dele estar com mais de 60% do bolo arrecadatório”, diz o prefeito de Lagoa Nova e presidente da Federação dos Municípios do Estado (Femurn), Luciano Santos.
Os gestores potiguares vão se
mobilizar para apresentar suas demandas aos deputados estaduais e à bancada
federal do Estado na Assembleia Legislativa. Entre as reivindicações está a
aprovação da PEC Nº 25/2022, que altera o Art. 159 da Constituição Federal para
aumentar em 1,5 ponto percentual o FPM, passando de 22,5% para 24%.
De acordo com Luciano Santos, o aumento daria um incremento anual de pelo menos R$ 10 bilhões ao bolo arrecadatório.
“A gente está falando em R$ 10 bilhões por ano. E aí permanecem os municípios à mercê de emendas, os prefeitos indo a Brasília com o famoso pires na mão e isso prejudica muito o planejamento dos municípios, a honrar os pagamentos, a questão dos fornecedores, especialmente os salários dos servidores públicos”, acrescenta o presidente da Femurn.
AGORA RN
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