A Prefeitura do Natal encaminhou
as informações referentes aos questionamentos feitos pelo Instituto do
Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema) acerca da obra da engorda
da Praia de Ponta Negra. O documento foi protocolado às 14h30 após uma
força-tarefa envolvendo interlocutores da Prefeitura, Funpec e DTA Engenharia.
“Reafirmamos que não há absolutamente nada que seja indispensável para liberação da LIO. A Engorda precisa começar e contamos com a sensibilidade e apenas o viés técnico do Idema para isso”, apontou o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita.
No documento, a Secretaria
Municipal de Infraestrutura (Seinfra) enviou respostas aos oito itens listados
pelo Idema na solicitação de providência. Os questionamentos do órgão do
Governo do Estado foram enviados na última terça-feira (16).
O temor da Prefeitura do Natal é de que a obra acabe ficando para 2025 caso a Licença de Instalação e Operação (LIO) não seja emitida o quanto antes pelo Idema. A situação preocupa em razão dos impactos econômicos e ambientais que podem ser provocados. Além disso, o período ambiental ideal para a realização da obra é entre julho e o final de outubro, por conta de questões relacionadas ao meio ambiente.
A engorda de Ponta Negra é considerada primordial para a praia, que há anos sofre com a erosão costeira provocada pelo avanço do mar e que tem modificado a estrutura do Morro do Careca, um dos principais cartões postais da capital potiguar, descaracterizando sua paisagem.
O tema vem sendo acompanhado com várias reportagens pelo jornal TRIBUNA DO NORTE. O projeto está em discussão há vários anos em Natal e será um alargamento na faixa de areia da praia, com até 50 metros na maré cheia e 100 metros na maré seca.
Atualmente, em situações de maré cheia, bares, barracas e banhistas ficam praticamente impedidos de frequentar a areia e o mar. Segundo os estudos feitos pela empresa paulista Tetratech, a engorda será feita a partir de um “empréstimo” de areia submersa trazida de uma jazida em Areia Preta para Ponta Negra.
A engorda é, na prática, um aterro que será colocado ao longo de 4 quilômetros na enseada de Ponta Negra. O objetivo final é de que a faixa de areia nas praias de Ponta Negra e parte da Via Costeira seja alargada para até 100 metros na maré baixa e 50 metros na maré alta. É a última etapa do projeto maior que contou com o enrocamento da praia, pelo qual foram implantados centenas de blocos de concreto que darão sustentação à engorda.
Um artigo científico produzido por professores e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), apontou que o morro diminuiu 2,37 metros em altura em 17 anos. No levantamento ficou constatado que a altura do Morro do Careca atualmente é de 63,63 metros. Esse número, em 2006, era de 66 metros. Conforme o levantamento, a redução se deve a uma convergência de fatores, entre eles o avanço do mar e a redução da faixa de areia em Ponta Negra, o que faz com que a energia das ondas alcance a base do Morro.
Fonte: Tribuna do Norte
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