Uma câmera de segurança registrou
a agressão de um policial rodoviário federal a adolescentes, de 12 e 14 anos,
dentro de um condomínio na cidade de Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do
Norte
O caso aconteceu em 18 de
janeiro. Dez dias depois, a Polícia Rodoviária Federal informou que afastou o
policial envolvido no caso das funções.
O vídeo flagrou o momento em que
o policial passava por um corredor do condomínio enquanto os dois adolescentes
estavam sentados no chão. Ele puxou o cabelo de um deles e o jogou contra o
chão. Em seguida, passou a discutir com o outro.
Alguns segundos depois, o
policial passou a agredir o outro adolescente com socos. O menino que antes
havia tido o cabelo puxado correu. O policial deixou o local em seguida.
A corregedoria da PRF informou, logo após o ocorrido, que abriu um procedimento interno para apurar o caso e reforçou, em nota, "que repudia qualquer ato de agressão". O policial não teve o nome divulgado.
Um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) foi registrado e o caso passou a ser investigado pela 38ª Delegacia Distrital de Mossoró, após denúncia das famílias dos adolescentes.
Agressão no condomínio
A agressão ocorreu dentro de um
condomínio no bairro Alto de São Manoel. Isabellyta Carlos, mãe de uma da
vítimas, contou que o filho dela interfonou 15 minutos após descer do
apartamento para avisar que tinha sido agredido. Ele tinha ido brincar com um amigo
na quadra.
"O interfone do meu apartamento tocou e, primeiro, eu não consegui entender o que meu filho estava falando, mas ele disse: 'Mãe, sabe aquele homem que me bateu da outra vez, ele me bateu de novo, desça''", disse Isabellyta Carlos, que relatou que o policial já havia agredido o filho dela em outra oportunidade.
"Meu filho já foi vítima dele uma vez, de uma correção que ele fez sobre palavras, pra ensinar meu filho 'como tratar o filho dos outros'", disse.
Os adolescentes fugiram após as
agressões - um deles pela garagem do condomínio e outro tentou se esconder na
guarita do porteiro.
Isabellyta Carlos disse que o policial ainda estava próximo ao local quando ela desceu do apartamento para a aréa em comum do prédio. Ela relatou que também sofreu ameaças.
"Quando eu desci, eu já vi a outra criança toda ensanguentada. Eu fui em busca da saída do condomínio, e meu filho estava escondido na guardinha do porteiro. E o porteiro disse: 'Suba [de volta para o apartamento], que ele está muito assustado'", contou.
Segundo Isabellyta, o policial relatou ter sido ameaçado com um canivete pelas crianças. "E nessa hora eu questionei onde estava esse canivete, e ele disse que não sabia".
O advogado de uma das vítimas disse que vai lutar para que o policial seja enquadrado, durante a investigação, no crime de tentativa de homicídio.
"O indivíduo de alta estatura, bastante musculoso, praticante de artes marciais, um policial, que desferiu golpes, socos contra dois adolescentes. Então entendemos que esse caso é, sim, uma tentativa de homicídio e iremos atuar primeiramente agora no inquérito e no andamento do processo para que ele seja autuado por tentativa homicídio", disse o advogado Thiago Gurgel.
Fonte: G1 RN
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