Para presidente da Fecomércio, liberação do FGTS ajudou vendas nos setores com alta (Foto: Jonathan Lins/G1) |
Em março, as vendas do comércio potiguar caíram
pelo 21º mês seguido, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do RN (Fecomércio). Naquele mês, houve queda de 5,8% em relação a março
de 2016, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De janeiro a março, a queda acumulada foi de 5,9%,
segundo o IBGE; nos 12 meses anteriores, de 8,6%. Por outro lado, a taxa de
redução das vendas tem sido menor este ano que em 2016 — segundo a Fecomércio,
em março do ano passado, a queda acumulada no primeiro trimestre foi de 10,2%.
Para o presidente da Fecomércio, Marcelo Queiroz, a
situação é crítica. “A retração deste ano é muito aguda. O nosso setor tem cada
vez mais dificuldades para manter o seu dia a dia e o reflexo disso já pode ser
sentido claramente na queda, vertiginosa, do nosso potencial de geração de
emprego e renda”, afirma.
Apesar da crise, quatro setores tiveram aumento nas
vendas em março em relação ao mesmo mês do ano passado: materiais de construção
(+9,4%); vestuário e calçados (+11,7%); móveis e eletrodomésticos (+10,5%) e
livrarias e papelarias (+5,7%).
Queiroz avalia que a alta no segmento de livrarias
e papelarias se deve à demora das pessoas a comprarem todo o material escolar
para a volta as aulas. Nos demais setores, ela seria reflexo da circulação de
recursos extras após a liberação das contas inativas do FGTS, que começou em 15
de março.
“Estes recursos representam, para o RN, cerca de R$
200 milhões até julho. Um dinheiro novo, circulando e do qual, boa parte vai
mesmo para o consumo. Os segmentos que tiveram alta certamente estão ligados a
este consumo pontual. Os lojistas destes segmentos investiram e estão investindo
em ações e promoções em busca deste dinheiro. E parece estar surtindo efeito”,
diz.
G1 RN