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Semiárido potiguar deverá ter chuvas dentro da média

Imagem Ilustrativa



Meteorologistas do Nordeste e do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE) divulgaram nesta sexta, 22, o resultado das discussões e análises realizadas durante toda a quinta-feira, 21, na sede da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (EMPARN). Para o semiárido potiguar, que abrange as regiões Central, Oeste e boa parte do Agreste, o volume de chuva deve ficar dentro da média, para o trimestre março, abril e maio.

A análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala (vento em superfície e em altitude, pressão ao nível do mar, temperatura da superfície do mar, entre outros) e dos resultados de modelos numéricos globais e regionais e de modelos estatísticos de diversas instituições de meteorologia do Brasil (Funceme, Inmet, CPTEC/Inpe) e do exterior indicou que no período de março, abril e maio de 2019 na região Nordeste do Brasil as chuvas deverão ocorrer próximo da média climatológica.

No Rio Grande do Norte, 92% do território é semiárido; engloba as regiões Central, Oeste e quase toda região Agreste. Portanto, saber como será o inverno é importante porque interfere diretamente em vários setores da economia, como agricultura, agropecuária e também no abastecimento de água.

De acordo com o meteorologista Gilmar Bristot, da Emparn, durante a reunião climática, “foi observado que no Oceano Pacífico Equatorial há a continuidade do fenômeno El Niño com intensidade fraca, mas ocupando uma grande área na superfície desse oceano. A permanência dessa condição vem ocorrendo de acordo com os resultados dos modelos de previsão de anomalia de TSM e projetam que essa condição permanecerá nos próximos meses”.

Os meteorologistas também observaram que o Oceano Atlântico Sul, em média, se manteve mais aquecido que a parte norte desse oceano. Essa condição termodinâmica no comportamento do Oceano Atlântico é necessária para que ocorra o deslocamento e a manutenção da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT- principal sistema meteorológico causador das chuvas no Norte do Nordeste no período de fevereiro a maio), para posições mais ao sul da Linha do Equador, favorecendo assim, a ocorrência de chuvas regulares sobre a região Nordeste durante o período de março a maio de 2019.

Na reunião climática de janeiro, em Fortaleza (CE), a previsão foi de chuvas na média até acima da média para os meses de fevereiro, março e abril. E vem chovendo bem: desde o início de fevereiro, até esta sexta, 22, já são 105 municípios com volume acumulado de chuvas de normal a acima do normal, o que para os meteorologistas já caracteriza o início do período chuvoso no sertão potiguar.

Participaram da elaboração desse prognóstico para o período chuvoso no semiárido nordestino representantes da Emparn, Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Agência Executiva de Águas do Estado da Paraíba (AESA), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (INEMA), CPTEC/Inpe e Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA).

A previsão de que vai chover na média já é bom prognóstico diante de um cenário de anos de seca, situação que melhorou um pouco no ano passado quando a média de chuva no estado ficou apenas 7% abaixo da média. Bem diferente dos anos anteriores de 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017, que foram secos e choveu bem abaixo da média.

Região Leste deve concentrar maior volume de chuvas

Para os meses de março, abril e maio, a região Leste potiguar deve registrar, conforme o resultado apresentado na reunião climática realizada na Emparn, o maior volume de chuvas do estado: 533,8 milímetros. Em seguida, vem a região Oeste, com 479,2 mm; Central (378,3 mm) e Agreste (343,2 mm).

A previsão entusiasma, uma vez que no período de 2012 a 2017, o volume de chuvas ficou em 35,9%, abaixo da média para o estado, que é de 758,3 milímetros no período de janeiro a julho. Destaque para o ano de 2012, que choveu apenas 378,6 mm, volume que ficou 53,4% abaixo da média.

O ano de 2018 apresentou um comportamento pluviométrico melhor, mesmo com algumas microrregiões registrando chuva abaixo da média do volume normal para o período. No balanço para o estado, o acumulado entre os meses de janeiro a julho de 2018 ficou em 734,6 mm, um volume bem próximo da média esperada que é de 758,3 mm.


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