Uma chuva de granizo pegou a
população de Almino Afonso, cidade do Alto Oeste potiguar, de surpresa na tarde
de segunda-feira (29). "Faz tempo que eu não via isso aqui",
afirmou um morador local.
Além das pedras de gelo, também
houve registro de rajadas de vento no município. O fenômeno levou os telhados
de uma casa e derrubou algumas árvores.
Em São José do Seridó, o vento
forte derrubou mesas, barracas e arrastou alguns eletrodomésticos. Já na Serra
de João do Vale, localizada entre os estados do Rio Grande do Norte e da
Paraíba, o telhado de um mirante ficou destruído.
Em Natal, os clarões em meio às
nuvens assustaram algumas pessoas pelos quatro cantos da cidade. Em outras
cidaes do interior do estado, relâmpagos, raios e trovões também chamaram a
atenção da população.
Explicação
De acordo com o meteorologista
Gilmar Bristot, da Empresa de Pesquisas Agropecuárias do Rio Grande do Norte
(Emparn), os fenômenos registrados no Rio Grande do Norte são resultado de uma
instabilidade atmosférica causada por um vórtice ciclônico - movimento
descendente de ar frio e seco no seu centro e um movimento ascendente de ar
quente e úmido na sua periferia.
"Nós estamos com um vórtice
ciclonico atuando sobre o Nordeste e o centro dele está aqui bem sob o RN.
Então, ele favorece as chuvas lá na região do Maranhão e do Piauí, mas isso não
impede a formação de algumas instabilidades no centro dele", pontuou.
A chuva de granizo e as trovoadas
registradas no estado foram causadas pela formação de nuvens de grande
extensão, afirmou Gilmar.
"Nós tivemos formação de
cumulonimbus aqui no litoral e no interior do estado, na região do Vale do Assu
e no Médio Oeste, em Almino Afonso e em Jucurutu. Formação de nuvens
cumulonimbus, de forte desenvolvimento vertical, superando 12 quilômetros de
altura, fazendo com que as gotículas de água consigam ultrapassar o nível de
congelamento. Acontecendo isso, as gotículas de água viram gelo e chegam a
precipitar quando conseguem ultrapassar a força da gravidade. O movimento
vertical no interior dessas nuvens é muito intenso, fazendo com que haja a
formação de cargas elétricas negativas ou positivas, resultando em
trovões", explicou o meteorologista.
G1 RN
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